Intolerância à lactose: muito mais comum do que se pensa!

A lactose é o “açúcar” do leite, ou seja, um carboidrato. Não existe alergia à lactose, e sim intolerância.

Mas nem toda intolerância à lactose é igual, há diferentes tipos e a seguir explico sobre os principais.

Um deles é a intolerância congênita à lactose, ou seja, a criança já nasce intolerante.  Essa  é uma doença extremamente rara!  O que é comum em bebês é a lenta maturação da lactase (enzima que “quebra, digere” a lactose), mas isso não requer tratamento especial, essa maturação normalmente ocorre até os 3 meses de vida e os prematuros podem sofrer mais com a má-absorção de lactose.

A má absorção de lactose pode ser secundária e temporária, causada por outras doenças, como infecções gastrointestinais, alergia a proteína do leite e doença celíaca. Esse tipo de intolerância ocorre por uma inflamação na mucosa do intestino, onde a lactase fica. Quando a causa é tratada, a atividade da lactase retorna ao normal gradualmente e o indivíduo volta a absorver bem a lactose. Isso significa que a pessoa pode estar intolerante e não ser intolerante.

O tipo mais comum de intolerância é causado pela diminuição gradual da atividade da lactase, é geneticamente determinado e raramente causa sintomas antes dos 4-6 anos. Os sintomas são cólicas abdominais, gases, fezes mais líquidas e ácidas. O diagnóstico é baseado nos sintomas clínicos e pode ser confirmado por um teste com sobrecarga oral de lactose ou por um teste respiratório. é preciso ponderar a indicação desse teste em crianças menores , geralmente é um desconforto desnecessário. Já o teste genético para pesquisa de intolerância à lactose não tem aplicação prática, pois apenas identifica a predisposição genética de ter intolerância e não indica que a criança esteja intolerante.

O tratamento da intolerância consiste basicamente na diminuição da ingestão de lactose, sendo que a maioria das pessoas tolera pequenas quantidades. A lactase em pó ou comprimido também pode ser usada antes do consumo de produtos lácteos. Manter uma alimentação saudável e uma microbiota intestinal saudável também ajuda, visto que as boas bactérias do intestino podem ajudar na degradação da lactose não digerida, evitando o desconforto dos sintomas.

De modo importante quero lembrar que a lactose não é um vilão para quem não tem intolerância, entre outros benefícios, ela tem uma função prebiótica, alimentando a nossa microbiota.

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